Graça e Paz meus irmãos em Cristo!
Hoje seguimos mais uma vez com nossa série sobre o Sermão do Monte, onde chegamos em um outro assunto também bastante delicado. Que envolve não só o modo como vemos o mundo, mas como vemos as pessoas ao nosso redor.
Gostaria de pedir que a Igreja abra a Bíblia em Mateus 7:1-6 para que possamos refletir sobre mais este assunto precioso ministrado por nosso Senhor, Jesus Cristo.
1“Não julguem para não serem julgados,
Jesus não está proibindo todo tipo de discernimento ou avaliação. Em outros textos (como Mt 7:6, 15-20), Ele mesmo ordena que julguemos os frutos e façamos distinções. O problema não é a avaliação, mas o julgamento hipócrita, condenatório e autojustificado.
Exemplo: A diferença entre corrigir com amor e condenar com superioridade.
2pois vocês serão julgados pelo modo como julgam os outros. O padrão de medida que adotarem será usado para medi-los.
Quem julga de forma hipócrita será medido com o mesmo critério.
Aplicação: precisamos de humildade ao avaliar o próximo, lembrando que também seremos avaliados.
3“Por que você se preocupa com o cisco no olho de seu amigo enquanto há um tronco em seu próprio olho?
Primeiro, precisamos lidar com nossos pecados (“tirar a trave do olho”).
O "cisco" representa uma falha pequena no outro; a "viga" simboliza um pecado grave em nós mesmos.
Questão: Por que temos tanta facilidade para ver os erros alheios e tanta dificuldade para enxergar os próprios?
Aplicação: antes de corrigir, examinar-se. O discípulo deve praticar autocrítica espiritual.
4Como pode dizer a seu amigo: ‘Deixe-me ajudá-lo a tirar o cisco de seu olho’, se não consegue ver o tronco em seu próprio olho?
Só podemos ajudar a tirar o cisco depois de removermos o tronco/trave/viga do nosso olho, ou seja, nos tratarmos primeiro. Então poderemos ajudar o próximo com clareza e amor. Não com ar de superioridade.
5Hipócrita! Primeiro, livre-se do tronco em seu olho; então você verá o suficiente para tirar o cisco do olho de seu amigo.
6“Não deem o que é santo aos cães, nem joguem pérolas aos porcos; pois os porcos pisotearão as pérolas, e os cães se voltarão contra vocês e os atacarão.”
Aqui Jesus mostra o outro extremo: não podemos ser ingênuos ou deixar de reconhecer quando alguém despreza a verdade.
O evangelho é precioso como pérolas. Deve ser compartilhado, mas também protegido do desprezo e zombaria.
Não são simplesmente incrédulos ou pecadores em busca de ajuda (Jesus sempre se relacionou com esses), mas aqueles que, após confrontados, escolhem escarnecer e atacar.
Aplicação: precisamos de discernimento espiritual para saber quando insistir e quando recuar.
37“Não julguem e não serão julgados. Não condenem e não serão condenados. Perdoem e serão perdoados.
38Deem e receberão. Sua dádiva lhes retornará em boa medida, compactada, sacudida para caber mais, transbordante e derramada sobre vocês. O padrão de medida que adotarem será usado para medi-los”.
39Jesus deu ainda a seguinte ilustração: “É possível um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?
40Os discípulos não são maiores que seu mestre. Mas o aluno bem instruído será como o mestre.
41“Por que você se preocupa com o cisco no olho de seu amigo enquanto há um tronco em seu próprio olho?
42Como pode dizer: ‘Amigo, deixe-me ajudá-lo a tirar o cisco de seu olho’, se não consegue ver o tronco em seu próprio olho? Hipócrita! Primeiro, livre-se do tronco em seu olho; então você verá o suficiente para tirar o cisco do olho de seu amigo.”
1Talvez você pense que pode condenar esses indivíduos, mas é igual a eles e não tem desculpa! Quando diz que eles deveriam ser castigados, condena a si mesmo, porque você, que julga os outros, pratica as mesmas coisas.
2E sabemos que Deus, em sua justiça, castigará todos que praticam tais coisas.
3Uma vez que você julga outros por fazerem essas coisas, o que o leva a pensar que evitará o julgamento de Deus ao agir da mesma forma?
4Não percebe quanto ele é bondoso, tolerante e paciente com você? Não vê que essas manifestações da bondade de Deus visam levá-lo ao arrependimento?
Lutero, em seus Comentários sobre o Sermão do Monte, destaca a natureza da lei e da graça:
"Cristo não proíbe todo julgamento, mas sim aquele que perverte a ordem divina... Primeiro, devemos julgar a nós mesmos à luz da Lei de Deus, e só então, com temor e tremor, ajudar o irmão."
Aplicação: Lutero enfatiza que a autoavaliação sob a Lei deve preceder qualquer tentativa de corrigir o próximo.
Wright, em Mateus para Todos, contextualiza a passagem no ensino de Jesus sobre o reino:
"Jesus está desafiando a cultura de julgamento que alimenta a autojustificação... No reino de Deus, a misericórdia triunfa sobre o juízo."
Aplicação: Wright convida os ouvintes a substituírem a crítica pela compaixão, refletindo o caráter do Reino.
Estrutura Teológica
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Não ao julgamento hipócrita (v.1-2)
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Sim ao autoexame antes da correção (v.3-5)
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Sim ao discernimento na proclamação (v.6)
Aplicações Práticas
Examine-se primeiro
Antes de criticar, pergunte: "Há algo em mim que precisa ser tratado por Deus?"
Use a oração de Davi: "Sonda-me, Deus, e conhece o meu coração" (Sl 139:23).
Julgue com humildade, não com superioridade
Lembre-se: você também é falho e dependente da graça.
Ofereça correção como quem "restaura com mansidão" (Gl 6:1).
Lembre-se do padrão divino
Deus nos trata com a mesma medida que tratamos os outros. Sejamos misericordiosos como Ele é.
Aja com propósito de restauração, não condenação
O objetivo não é expor o erro, mas ajudar o irmão a crescer em santidade.
Conclusão
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Jesus nos chama a não sermos nem juízes hipócritas, nem ingênuos permissivos.
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O verdadeiro discípulo exerce discernimento amoroso, cuidando da própria vida, ajudando o próximo e valorizando o evangelho.
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Palavra-chave: equilíbrio – graça e verdade caminham juntas.